Os números de 2010

20 março, 2011

Os duendes das estatísticas do WordPress.com analisaram o desempenho deste blog em 2010 e apresentam-lhe aqui um resumo de alto nível da saúde do seu blog:

Healthy blog!

O Blog-Health-o-Meter™ indica: Minty-Fresh™.

Números apetitosos

Imagem de destaque

Um Boeing 747-400 transporta 416 passageiros. Este blog foi visitado cerca de 1,400 vezes em 2010. Ou seja, cerca de 3 747s cheios.

In 2010, there was 1 new post, growing the total archive of this blog to 17 posts. Fez upload de 1 imagem, ocupando um total de 25kb.

The busiest day of the year was 25 de março with 27 views. The most popular post that day was Somos Todos Jardins.

De onde vieram?

Os sites que mais tráfego lhe enviaram em 2010 foram orkut.com.br, seaflog.com, mail.live.com, twitter.com e meadiciona.com

Alguns visitantes vieram dos motores de busca, sobretudo por gota, borboletas no jardim, escrevendo, gota dagua e relogio salvador dali

Atracções em 2010

Estes são os artigos e páginas mais visitados em 2010.

1

Somos Todos Jardins março, 2010
1 comentário

2

Inspiração janeiro, 2006
1 comentário

3

Como citar um post? janeiro, 2006

4

Do exercício da sexualidade… janeiro, 2006
3 comentários

5

Árvore morre afogada no assoreado Rio Doce setembro, 2009

Somos Todos Jardins

25 março, 2010

Somos todos como jardins!

As borboletas se encantam sempre pelos mais floridos.
Mas até o surgimento da primavera, há muito trabalho que fazer:
Alguns canteiros precisam ser arados;
outros, semeados e regados;
se as plantas não crescem, talvez só falte adubo;
algumas só vão crescer à sombra;
outras precisam de luz intensa;
há as que aguardam anos, para florir só à meia noite;
e aquelas que só florescem se todas as folhas caem.

Com o descuido, o jardim vai perdendo o encanto.
Nem por isso deixa de ter vida!

Borboletas foram lagartas em outros jardins,
E quando as flores caem, ainda deixam os seus ovos!

Há jardins que surgem do nada,
em dia de festividades, com borboletas e tudo.
No dia seguinte o campo está tão vazio
quanto o vago deixado por um castelo de cartas
que se desmancha na primeira brisa!
Apesar de dispensar o trabalho do cultivo diário,
concorrem as melhores posições em nossas memórias mais perenes
só constando no álbum de fotos!

Nele há espaço prá tudo:
espinhos, plantas rasteiras, trepadeiras,
pedras, galhos e troncos secos,
e até duendes e outras coisas estranhas.
Ainda assim, tudo pode ter harmonia!

Todos nós temos nossos momentos Jardineiro e Borboleta!
Se um pasto árido vai virar um dia um jardim,
ou vice-versa…
Isso só depende de como equacionamos o tempo entre um e outro.

Victorunico

Colatina, 25 de março de 2010 – 10:51.


Quem? Cida da Ânia!?

27 setembro, 2009

Já me pediram poesias eróticas, românticas… mas como definitivamente isso não é algo que eu controle facilmente, minha inspiração vai sempre com um toque de cidadania

Aquela mesma que frequentemente nos falta e comparece em doses homeopáticas, após muita agitação e movimento, com frequência bissexta.

Bom, talvez uma hora eu conceda cidadania poética a meus delírios eróticos.


A RUA

Victorunico

Na rua se joga o lixo,
Na rua se forma a lama,
Na rua se faz cochicho,
Do quanto ama quem ama.

Na rua vejo que passa,
Visita inusitada,
Um “homem” que voto caça
Na casinha mais desbotada.

Que pena da minha rua!
Mais pobrezinha não há.
Um menino de carne nua,
Acostumei a sustentar.

Nos cortejos que às vezes vão
Minha rua serve à passagem.
Pomposidade?… não vi lá, não.
Qualquer vestígio era miragem.

A minha rua, não fantasia,
Serve a todo politiqueiro.
É pouco caso que se fazia
Da minha “Rua 29 de Fevereiro”.

Vitória, data provável: entre 1998 e 2002.

Absorto por um segundo

24 setembro, 2009
Dama da Noite

Florada de Dama da Noite

 

Para não dizer que não falei de flores…

(Geraldo Vandré)

Literalmente…


JASMIM

Tolo poeta…
Um segundo absorto
E vê-se já
Entre a lua e a estrela
Silêncio, marcha…
Silêncio, marcha…
Uma cadência.
Paro, sento… espero.
Um lado… o outro
Acima… abaixo
A frente…
Uma dissonância.
Silêncio… solidão!
Meu bonde… ao trabalho.
Avante…
Um cheiro…
Incenso!
Um olhar… uma troca.
Cadência… sentar
Lua e estrela…
Um cheiro…
Silêncio… solidão.
Um toque…
Um olhar…
Um som…
Mais perto… companhia!
Som, toque, olhar, cheiro…
Um sorriso!
Um olhar
Um som
Um cheiro
Um toque
Paladar…
Cadência!
Levanta… um olhar…
Um som…
Só olhar… solidão.
Paladar não!
Foram a lua e a estrela…
E a flor à mão.
Poeira de cheiro,
Sombras de olhar,
Ecos de sons,
Nada de toque, paladar…
Ainda não.
Dejà vú,
Jamais vú…
Jasmim.

Vitória, 12 de julho de 2001 – 23:40 hs.

Árvore morre afogada no assoreado Rio Doce

21 setembro, 2009
Árvore no leito assoreado do Rio Doce, na altura do SESC/Colatina.

Árvore no leito assoreado do Rio Doce, na altura do SESC/Colatina.

Há meses uma árvore abana os braços pedindo socorro a quem transita no Calçadão da Avenida Beira-Rio em Colatina.

Estendida no leito do Rio Doce, reza:

– Oh, Deus! Tenha-me piedade e mande ao menos um daqueles recursos da piada daquele crente que recusou bote, lancha e helicóptero dos Bombeiros (que o Senhor os proteja nesses carros sucateados!) esperando que o Senhor o viesse salvar!

– Que ao menos um desses afogados do Rio Doce se agarre aos meus galhos, na esperança de que dêem crédito ao meu viver e creiam que águas não tem cabelos… mas que se cabelos tivessem, não seriam mais por força de minhas raízes!

– Livra-me desta agonia!

– É o que vos peço neste Dia da Árvore! Amém!

 


REVOLUÇÃO  NATURAL

 

A tarde estava ensolarada e tropical,
Mas armava-se uma estratégia bélica.
Enegrecidas nuvens densas tomaram o céu
Como jaguatiricas no pulo mortal à presa.

Uma escuridão eclíptica tomou o entardecer
E as águas varreram a atmosfera,
Numa fúria incontrolável,
Desejosa de restabelecer a nova ordem natural.

Folhas caíam, galhos caíam, árvores caíam.
Na ânsia de forrar o asfalto
E que as sementes caídas reconstituíssem a mata,
E que a selva de pedra acabasse em nada.

E os prédios – simples rochedos ocos,
Habitat das devoradoras brocas humanas,
Contra quem a natureza enfurecera-se –
Desconstituíam-se sob o bombardeio das nuvens.

Alguns humanos tolos salvavam os bens,
Enquanto os racionais, a própria vida.
E quem correu, morreu.
Quem se protegeu, renasceu.

Era só uma passageira tempestade tropical,
Que em nada mudou ao sabor dos tempos,
E que em nada se adaptou à humanidade,
Apenas desacatou as leis que a fez reinar.

(Não lembro a data exata da composição.Talvez 1996.
Mas foi por ocasião da tempestade que resultou no mais famoso apelidamento ocorrido em Colatina:
“E o Vento Levou”).

O bom filho à casa (re)torna!

20 setembro, 2009

Há tempo que não transito por esse território!
as mantive meu amor a ele! Tanto que o preservo!

Fiquei um tanto desconcertado:

– O que escrever, sendo que rompi certa cadência! – pensava.

Bom, vai um desses que escrevi no contexto de um projeto provisoriamente abandonado, em meio a umas pesquisas sobre algumas histórias de Colatina!

 

Aurora em Colatina!

Aurora em Colatina!


COLATINA: MULHER!

Como Israel para Yaweh
Como a Igreja para Cristo
Como Meca para os muçulmanos
Como o Tajmahal para seu rei.
Assim tu, Colatina, para mim.

Que teu espírito, sei qual é:
Procriar, procriar, procriar.
Sou teu filho? Sim, sou eu!
O Édipo que retorna,
Não para matar teu esposo,
Mas para degolar teu Pai
Com seus julgos sobre ti.

Quantos conquistadores te cantaram,
Cantaram teu canto,
Teu pranto,
E só tiveram febres!?
Poeira que o vento leva,
E só fica na história.

Abundou quem te tomasse à força,
Também quem naufragasse
Nos rios que se formam do teu pranto
E correm para teu seio opulento.
Abundou quem bestificasse
No fogo do teu semblante,
Na aurora e no crepúsculo,
E morresse no paradoxo
De tua viril virgindade.

A tu, que tantos filhos tens,
Nascidos pela cabeça,
Que te falta agora, Dona Colatina?
A tu, cuja cria ganha
Silenciosamente
O mundo,
Enquanto ainda há índios
Que se deliciam com os cães,
Que tormentos afligem?

Que desejos ainda
Regurgitam em tuas vísceras?
Que sussurros ressoam
Ao pé de teus ouvidos?
O que me suplica –
No calor de meu sono,
No furor das torrentes de meu sangue,
No sopro que saxofoneia
Em minha garganta,
Na tensão dos mil tentáculos
Que tenho para agarrar
O travesseiro –
Esse teu sedutor declamar?

Bem te sei,
Fruta madura,
Que ainda não provou
Da melhor sugada,
Do melhor sugão?
Não houve quem trouxe graça
Aos teus olhos.
Não houve quem
De uma vez por todas,
Te fizesse mulher…
Mulher… Mulher…
Para aquém e além
Da função do parimento.

Não houve quem te seduzisse.
Só quem demarcasse teu corpo.
Não houve quem fincasse
Em tua alma,
A glória do entregar-se.
Tivestes as vestes rasgadas.
Só isso!
Te desnudaram na marra,
Gloriaram-se de te penetrarem
Estando distantes de ti.

Não tiveste homem algum
Ao teu seio, ao teu cólo, ao teu lado.
Tivestes desbravadores!
Amansadores de uma cólera
Que nunca houve em ti.
Houve quem passasse por ti.
Houve quem te deixasse sozinha
No sereno do ar que invade teus aposentos,
Noites a fio.

E agora murmuras ao meu ouvido…
Um canto baixinho,
Tanto pulsa como mantra,
Que a cada compasso
Mais me ouriça, me invade,
Turbilhona meus sentidos,
Eletriza minha pele,
Num roçar louco
De uma presença
Cada dia mais insidiosa
E perturbadora.

Deixe-me dormir,
Égua no cio!
Há nos meus sonhos,
Mais mergulho em tuas fontes
Que jamais pudesse mesmo
Infinitar em tuas vagas
Mais maremóticas de pensamento.

Há nas minhas profundezas,
Mais satisfação e regozijo
Que mil haréns de Sherazades
Pudessem juntos,
No desfiladeiro dos séculos,
Maquinar,
No teu gozo em ludibriar a morte!

Bem sei que queres o frenesi
De minha juventude,
O arrogar de meu grito nas multidões,
A serenidade silenciosa
De minha mais sublime solidão.
A solidão que engendra-me mil almas
Jamais sonhadas ou vividas.
A solidão para a qual
Nenhuma montanha se erigiu na Terra
Que dignasse seu trânsito de louvor e glória.

Essa solidão contra a qual
Mil infernos não resistem.
Essa solidão que se faz três
Para se suportar,
Em seu ardoroso desígnio de criar…
Criar… criar…
Até a exaustão
E redobrar perpétuo
Ao seu intento.

É a partir dessa solidão
Que anseias que te possua.
Bem sei tua malícia,
Sedutora de aristocratas!
Queres do melhor
De minha majestade,
Que é o que falta, aos teus olhos,
Aos lambões do teu caminho.

Queres mais um
Para o rol dos teus súditos!
Feiticeira! Não vou eu, também,
Embrenhar-me na vastidão
De teus territórios,
Para que me infernizes
Num futuro
Em que tu te mostrarás,
Enfim, deserto e secura sertaneja.

Sobre mim, me basta a culpa de Cristo!

Meus ossos
Não serão refúgio, nem morada
Para os escorpiões
De teu deserto que se agiganta.

Colatina, mulher madura!
Para ti, só mesmo eu,
Com minha maliciosa
E também sedutora…
Gargalhada!

Vitória, 18 de Abril de 2004 – 01:40 hs.

Um outro em si

18 setembro, 2008

Um grande salto para a poesia deu-se quando o homem inventou a alma!

O mundo só não basta! É preciso um ultra-mundo, um além-mundo!

E quantas coisas não foram facilitadas para a poesia a partir dessa invenção!

Uma delas, das mais tematizadas, é essa idéia de que há um outro que se me adequa e cuja causa da adequação mútua não decorre de meu esforço nessa direção.

Minha alma gêmea! – dizemos.

Paradoxo: erro o mundo inteiro buscando um canto onde não fazer esforço.

 

SE EU FOSSE…

 

 

Sonhos…

Se eu fosse um sonho,

Fluiria apenas,

Como quem corre suas águas para o mar

Ou como aquele que desliza transparente.

Entre as folhagens.

Nada me impede de mergulhar,

De explorar

… e conquistar.

É apenas o silêncio abissal do Universo

Que me chama,

Clama…

Clama por mais formas, mais imagens,

Mais cores, mais fantasia enfim.

E eu aqui,

Não mais que forma, memória e ideologia.

Sonho… sou sonho.

Indefinido,

Na agitação de vagas de pensamento,

Na confusão das vozes do inconsciente.

Sou rascunhos,

Sou idéias,

Sou desejos…

Sou sonhos,

Me completo nos sonhos.

– Descobri!!!

Eis aqui agora,

Num fluido de pensamento

A concepção de alma gêmea,

Sonho… sou eu outra vez,

O EU que eu quero,

Que busco,

Que espero,

Por hora e vezes mero,

Me quero.

Colatina, meados de 1996.

After the mourning…

21 fevereiro, 2006

Talvez, depois de um longo silêncio, acredito que minha poesia ganhará um novo significado.

Como vinha dizendo no capítulo Dos incômodos dos poetas…, sob forma de metáfora, um delírio momentâneo me fez associar o silêncio ao luto… e daí ao dicionário de inglês/português. E que coincidência interessante que “luto” se pareça com “manhã” em inglês e soa como “morno” num barbarismo de leitura aportuguesada!

Principalmente após a morte de uma pessoa que por decisivos anos foi quase o meu psicopompo às avessas, conduzindo minha alma do subterrâneo para o sol por uma caverna até à balança da Justiça por intermédio do meu contato com os livros.

 

Pela primeira vez me atacou a vontade de recitar poesia sobre os túmulos!

 

(Fica aí um mistério para meus eventuais biógrafos, se forem bons em cruzamento de dados!)

 O MEU PRÊMIO É O SILÊNCIO

Victorunico

Se o peso na consciência fere
Peso a consciência tranqüilo
Pra ver que o sofrimento é bom.

Se o sonho bom acaba
Continuo vagando em pesadelos
Caio da cama e ligo um som. 

E quando ando desiludido
Procuro um ouvido, aturdido,
Pra chamar de meu amor. 

Eu corro em rua deserta
Descalço no chão de pedra,
Eu dispenso a arquibancada cheia,
Creia! O meu prêmio é o silêncio. 

Se as rugas retalham o rosto,
Digo ao tempo: Espere um pouco!
Vou ligar o despertador. 

Se o vento traz um zumbido
Olho mais pro infinito
Quero curar a minha dor.

De louro em ouro…

6 fevereiro, 2006

Aqui está algo para quê um poeta muitas vezes está destinado: morrer no prefácio!

Tão comum quanto dizer-se que o sentido da obra de arte está em quem a vê é o costume de dá-la para que um apresentador canalize seu sentido!

Para a glória dos poetas, não são raros os leitores que saltam esses garranchos imcompreensíveis como forma de matar o tempo!

Moral da história: uma dupla mentira! – O prefaciador finge que apresenta. O poeta finge que importa o que vai escrever o prefaciador.

 

PREFÁCIOS
 

                                  Victorunico

Poetas, tomem cuidado
Com quem vos prefaciam!
Não entreguem assim
O “rosto” e as “orelhas”!
É da obra de vossas vidas
Do que falam. 

Que mesmo quando não vendem…
E em geral poucas poesias vendem…
Não é aí, de cara,
Que colam os olhos os leitores!? 

Tantos cascalhos reviraram
E agora entregam o ouro!? 

Que o ouro não está aí,
Também o creio!
Mas isso é peneira
Que leva ao ouro dos outros.
Ouro de tolos!!!
E o seu, quando reluzirá? 

Que o leitor  sagaz
É ávido de profundezas…
Desejamos! 

Vamos lá:
Cultivemos e cativemos
Nosso acidental intérprete
Desde a superfície! 

Ou será coisa de minha cabeça,
Que queremos vasculhadas
Nossas profundezas!? 

Eêêêêêêiiiaaáá, poetas!!!
Tomem cuidado
Com quem vos prefaciam!
Não entreguem assim
O “rosto” e as “orelhas”! 

Vitória – Domingo, 24 de agosto de 2003 = 22:12 hs.

A la Paulo Coelho…

1 fevereiro, 2006

Quantos poetas não se passaram por magos e grandes conhecedores da alma humana falando coisas sobre o próprio umbigo!

E quando vasculhamos todos os recônditos da alma… quando respiramos a poeira de tomos perdidos de velhas relíquias… quando reviramos desertos procurando potes que não trazem água potável mas antigos papiros e velhas verdades sobre nós mesmos, descobrimos finalmente que nem mesmo se pode olhar pro próprio umbigo sem que também o mundo e toda a turba que o povoa se debrucem sobre ele!

E depois de tirar do poeta toda a razão… lá vamos novamente vascular seus baús!